Tarde de calor africano em Évora. Temperatura a atingir os 40 graus, enorme humidade. Ameaça de trovoadas. Mas não: tratava-se de um ciclone. O Ciclone dos Açores. Três golos marcou Pauleta no primeiro encontro de preparação da Selecção de Portugal para o Mundial 2006. Um hat-trick assinado frente a Cabo Verde numa vitória tranquila dos portugueses: 4-1. Petit marcou o outro golo, num remate potente, de fora da área.
Nesta fase da preparação, não se podia exigir muito dos indices fisicos dos jogadores de Luiz Felipe Scolari. A equipa está presa de movimentos, como seria natural. Só para a próxima semana, talvez no sábado, em Metz, no confronto com o Luxemburgo, se possa notar outra leveza na actuação lusitana.
No entanto, não foi apenas a vitória tranquila e os três golos do seu ponta-de-lança que agradaram a Scolari. A forma autoritária como a zona defensiva reagiu aos lances de bola parada contrários mostraram que há muito trabalho a ser absorvido pelos seleccionados portugueses.
Um golo em lance corrido, isolado por um passe longo de Maniche; um golo de cabeça, na sequência de um canto na direita de Figo; um golo de livre direto, num pontapé colocado: eis como Pauleta assinou a sua noite de categoria. É ele, cada vez mais, o goleador de sempre da Selecção de Portugal e já tem mais quatro do que o extraordinário Eusébio.
Scolari também vai de recorde em recorde. Agora cumpriu 13 jogos sem derrota, igualando a marca de Humberto Coelho. Se não perder frente ao Luxemburgo, será o Seleccionador Nacional a cumprir a melhor série de todos os tempos. E, no jogo frente ao Irão, na segunda jornada do Mundial, baterá igualmente o recorde de Seleccionador Nacional com mais jogos à frente da equipa de Portugal: está com 42 e o recorde de António Oliveira é de 44.
Portugal vai de vento em popa... E o Mundial espera pelo talento dos seus jogadores...